Quase lá

Ao final da partida no Defensores Del Chaco, muitos colorados festejaram o empate sem gols. Alguns, entretanto, lamentaram. Por que, por muito pouco, o Internacional não voltou do Paraguai com uma vitória. A decisão da vaga acabou ficando para o jogo da volta, no Beira-Rio.

Quando a equipe confirmou a classificação às semifinais, após vencer a LDU, Abel Braga foi incisivo: "eu vou pra dentro deles", disse o treinador colorado na entrevista coletiva. Não foi o que se viu em campo. O Inter teve, sim, maior posse de bola, maior domínio da partida. Mas faltou, exatamente, o toque final, o detalhe, para que a equipe transformasse a superioridade técnica em gols.

Sem Tinga, Abel voltou ao esquema 3-5-2, que parecia esquecido. Que, a bem da verdade, mais parecia um 3-6-1. Índio entrou na vaga do meia, jogando ao lado de Fabiano Eller. Bolívar jogou na sobra, quase como um líbero. E Ceará foi o ala-direito, atuando na vaga de Élder Granja, vetado por lesão. Mas o grande destaque da equipe acabou sendo Fernandão. Jogando como meia-de-ligação, o capitão colorado fez sua melhor partida pelo Inter em muito tempo.

Outro que teve grande atuação foi Rafael Sóbis. Jogando mais adiantado, Sóbis criou boas oportunidades mesmo sendo o único atacante. Foi assim ao 11min, quando recebeu o passe, limpou a marcação e chutou na trave do gol defendido por González. Aos 28min, ironicamente, o atacante acabou evitando o gol colorado: Ceará cruzou, Fernandão ajeitou de cabeça e Sóbis furou na bola, que acabou sobrando para Jorge Wagner. O meia pegou de primeira e mandou um petardo nas costas do atacante.

Três minutos depois, Fernandão protagonizou o lance mais bonito da partida: recebeu o lançamento, dominou no peito, deu um chapéu no marcador e, de fora da área, soltou a bomba. A bola passou raspando o travessão do gol paraguaio. E antes que a etapa acabasse, foi Jorge Wagner quem teve a chance de dar a vitória à equipe colorada, mas o goleiro paraguio fez uma bela defesa, mandando a bola para escanteio.

O segundo tempo começou devagar. Somente aos 24min aconteceu a primeira chance de gol, novamente com Rafael Sóbis, que bateu na entrada da área, na diagonal, muito próximo do ângulo esquerdo de González.




As maiores emoções ficaram reservadas para os minutos finais. Aos 40min, Riveros pegou o rebote, da intermediária, e mandou um belo chute no travessão. A bola ainda bateu nas pernas de Clemer antes de sair pela linha de fundo, para o alívio do torcedor colorado. O 0 a 0 no placar seria definitivo.

Para o jogo do dia 03 de agosto, Abel Braga espera contar tanto com Tinga quanto com Élder Granja, que desfalcaram a equipe no Paraguai. Com o empate sem gols na primeira partida, o Internacional joga por uma vitória simples para voltar a uma final de Libertadores depois de 26 anos. Um novo 0 a 0 leva a decisão por pênaltis, e qualquer empate com gols dá a classificação ao Libertad.

O Beira-Rio vai lotar na próxima quinta.
Agora é guerra.


Libertadores 2006
Libertad 0 x 1 Internacional
Asunción, Paraguai