Friday, May 26, 2006

V de vitória. E um pouco de v de vingança



O Internacional vai ganhar. Eu disse isso mais de uma vez, ontem. Porque é mais do que sabido que o Inter tem dessas: perde alguns jogos bobos - como o do sábado passado, contra o Figueirense - mas vence, com certa autoridade, quando o adversário é de respeito - como foi contra o São Paulo, também no Beira-Rio.

Motivação é a palavra. O Colorado é aquele tipo de time que sempre precisa estar motivado para jogar bem. (Mal comparando, é o mesmo que a Seleção Brasileira.) E que maior motivação que enfrentar o Corinthians, justamente o time que lhe roubou o título nacional, no ano passado? Mais: em São Paulo, na casa deles? Não poderia ser diferente: o Colorado mandou no jogo, no primeiro tempo. Com Edinho, Fabinho e Alex, além da volta de Tingaz no meio-campo, a bola estava sempre com o time do Abel. Logo no início, Fernandão fez um gol, de cabeça, mas o árbitro anulou bem, já que o capitão colorado estava impedido no início do lance.

A questão é que o Inter estava muito bem armado, e o gol estava para acontecer. E aconteceu, quando Fernandão fez uma grande jogada pela esquerda, passando pela marcação e cruzando rasteiro pra dentro da área. Bem onde estava Tinga, que teve tempo de dominar e bater no contrapé de Sílvio Luiz.

Só que um time que tem Marcelo Mattos, Gustavo Nery, Rosinei, Roger e outros menos cotados não pode ser considerado presa fácil. E o Corinthians incomodou. Demais. Principalmente com Marcelinho, de volta ao Timão depois de 5 anos. O cara pode ser trintão e estar meio fora de forma, mas bate na bola como poucos. Faltou, a bem da verdade, companhia pro Pé-de-Anjo.




E o segundo tempo não foi diferente. Jorge Wagner se soltou mais, Alex passou a jogar mais para o time e o Inter tinha controle total da bola. O único setor que destoava era o ataque: Iarley não conseguia vencer a marcação, e Fernandão ia para o chão a cada trombada com os zagueiros. Por isso, fez bem o Abel em colocar o Rentería em campo. Mesmo que não viesse a jogar bem como a torcida sempre espera, o colombiano gosta desse tipo de jogo, de partir pra cima dos zagueiros, de ir pro mano-a-mano.

No meio, o time começou a cansar com o passar do tempo. Primeiro Tinga, que voltava de quase dois meses de inatividade. Depois, Fabinho, exausto após impedir Roger de jogar. E aí foi o momento de o Inter mostrar que tem grupo: Wellington Monteiro e, na sequência, Chiquinho entraram bem e ajudaram o time a manter o controle do jogo. O Corinthians foi pra cima, é claro, e Fabiano Eller quase entregou o empate ao tropeçar no salto alto, mas Clemer estava em boa noite - e, quando isso acontece, é sinal de que o Colorado vai se dar bem.

Enfim, o Internacional venceu (como eu havia dito, diga-se de passagem). E merecidamente. Foi só por 1 a 0, mas o placar não fez juz ao que o time produziu em campo. São mais três pontos que deixam o Colorado na 3ª colocação, com o mesmo número de pontos do líder Cruzeiro - exatamente seu próximo adversário.

O Beira-Rio vai tremer no próximo domingo.


Brasileirão 2006
Corinthians 0 x 1 Internacional
Morumbi, São Paulo


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P.S.: o ótimo título do post é do Rodrigol, meu companheiro de arquibancada.

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